Cerca de 300 mulheres quebradeiras de coco babaçu dos Estados do Maranhão, Pará, Tocantins e Piauí, que fazem parte do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB participará da 7ª Marcha das Margaridas, a maior ação política de mulheres da América Latina que acontecerá nos dias 15 e 16 de agosto, em Brasília. A expectativa do evento é reunir mais de 100 mil mulheres do campo, da floresta, das águas, extrativistas, quilombolas, indígenas e também mulheres da cidade.
A programação inicia no dia 15 de agosto com diversas atividades simultâneas, com oficinas, debates, rodas de conversa, exibição de vídeos, práticas integrativas e complementares em saúde, apresentações culturais, plenárias, entre outras. A abertura política será no dia 15, às 17 horas, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília. No dia 16/08, (quarta-feira) haverá a grande marcha, saindo do Parque da Cidade até a Esplanada.
A Marcha das Margaridas acontece a cada quatro anos e neste ano terá como lema “Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”. A ação é coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), pelas Federações e Sindicatos filiados e por 16 organizações parceiras, dentre elas o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu-MIQCB.
Durante a caminhada as quebradeiras de coco babaçu dos Estados do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins se unirão a milhares de mulheres para denunciar crimes ambientais, queimadas e derrubadas de babaçuais, violência contra mulheres nos territórios, além de reivindicar por vida saudável com agroecologia e segurança alimentar, educação de qualidade, defesa da biodiversidade e outros direitos.
Saiba mais sobre a Marcha das Margaridas
A Marcha tem como força inspiradora a luta de Margarida Maria Alves, uma mulher trabalhadora rural nordestina e líder sindical, que rompendo com padrões tradicionais de gênero ocupou, por 12 anos, a Presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba.
Por lutar pelo direito à terra, pela reforma agrária, por educação, por igualdade e por defender direitos trabalhistas e vida digna para trabalhadoras e trabalhadores rurais, Margarida Alves foi cruelmente assassinada na porta da sua casa, no dia 12 de agosto de 1983.
Seu nome se tornou um símbolo nacional de força e coragem cultivado pelas mulheres e homens do campo, da floresta e das águas. É em nome dessa luta que a cada quatro anos, no mês de agosto, milhares de Margaridas de todos os cantos do País marcham em Brasília, num clamor por justiça, igualdade e paz no campo e na cidade.
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